sábado, 25 de fevereiro de 2012

Luciana.

PARTE I
  Estupidamente percorria as avenidas vazias na madrugada de um dia de feriado. Chovia um bocado,  e ele não se importava com isso, na verdade, ele se irritou apenas quando pois as mãos nos bolsos e viu que seu maço de cigarros estava totalmente molhado. Seria azar demais para um desempregado que usara seus últimos trocados nos cigarros? Seria, se ele não tivesse dito palavras tão frias para Luciana antes de sua partida, que teve largada, mas não teria voltas.
 Lembrou-se que ouviu, ou leu em algum lugar que a melhor maneira de se esquecer uma mulher era beber muito e transforma-la em literatura. Parou em um posto de conveniência, onde jovens gays bebiam uma cerveja importada e fumavam um cigarro mentolado. Pediu uma caneta ao frentista, sentou-se na calçada, e tentou escrever :  '' Luciana.... ''
 - O que eu estou fazendo? Não sou escritor, nem poeta, nem nada! Não passo de um bêbado, e ainda um bêbado mau sucedido, sou um bêbado que nem consegue estar bêbado sempre.
  Devolveu a caneta ao frentista, deu dois passos, observou alguns moradores de rua que bebiam um calotinho de pinga das mais baratas e desejou estar ali com eles. Sua boca estava sedenta por álcool.

(Continua)
Anna Alchuffi

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