segunda-feira, 12 de março de 2012

Conversa rápida com CRISTIANE COUTO.




  Com quase vinte anos de carreira a cantora apresentou-se em vários estados brasileiros, e juntamente com Richard Mueller criou o Duo '' Trem de Música'', onde apresentam Blues, Jazz e MPB.
Cristiane Couto vem apresentando-se também em festivais de MPB, como o Goiânia Canto de Ouro, e a Revirada Cultural.
Nos Estados Unidos da América, Cristiane Couto apresentou-se em diversos festivais, e voltando ao Brasil tornou-se vocalista da banda Língua Solta.

 Recanto Marginal: -É incontestável que a mistura da música brasileira com a música norte - americana apimentou os últimos trinta anos a arte popular brasileira. Acha que ainda existe muito a se fazer com essa mistura? Conte-nos como foi participar de festivais como ''Sandy Springs Music Festival'' nos Estados Unidos da América?

CRISTIANE COUTO: - Na minha opinião, essa mistura foi e continua sendo muito bem sucedida e ainda há espaço pra criar fusões muito interessantes. Fico surpresa em ver algumas pessoas tratando o assunto com estranheza. Como você mesma disse, isso ocorre a muitas décadas. A própria bossa-nova nasceu de uma mistura de samba e jazz. A MPB como chamamos, na verdade é uma mistura rica de gêneros e ritmos como: samba, bolero, tango, bossa, forró, xote, música africana, rock, blues, jazz, baladas, reggae etc... ritmos facilmente encontrados nas obras de compositores como Caetano Veloso, Chico Buarque, Djavan entre outros ...
No caso do “Duo Trem de Música” essa mistura é quase óbvia, uma vez que o meu parceiro Richard Mueller é americano e um apaixonado pela nossa música. O mesmo posso dizer da minha ligação com o blues e jazz, que começou há muito tempo, na verdade desde o início da minha carreira, e se estreitou quando tive a oportunidade de morar em Atlanta.
Até então, meu contato com esses gêneros musicais era quase que superficial, mas depois de fazer amizade com vários músicos de lá e começar a frequentar as famosas Jam-sessions tive vastas experiências e o entendimento que me faltava para incorporar esses estilos à minha voz rouca.
Paralelamente eu soube aproveitar bem a aceitação incrível do público de lá, diria vibrante, pela nossa música e no Sandy Springs, por exemplo, exibi um repertório tipicamente Brasileiro, onde essa mistura se deu novamente, pois eu era a única brasileira no palco e os outros integrantes da banda (todos americanos) tocaram só samba.


Richard Mueller 


Recanto Marginal : - Quais as suas principais influências, tanto musicais, quanto ideologicamente?

CRISTIANE COUTO: -  No início da minha carreira, tive problemas em aceitar o meu timbre (bem grave) e aclamo como primeira influência musical a cantora Maria Bethânia, pois me fez desmistificar o fato de eu não poder me tornar uma profissional de música por ter um timbre muito grave para uma mulher...
Parece engraçado, mas isso, naquela época, me foi dito várias vezes...
Através dela tomei conhecimento de nomes como: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Djavan etc... músicos que me são referencial até hoje.
Ideologicamente falando acredito em ações independentes e individuais para construção de um mundo melhor, falo do típico: se cada um fizesse sua parte...
Sou militante do ecologicamente correto pois me preocupo com o futuro das próximas gerações e não tenho ilusões políticas.





Recanto Marginal: -Como é estar em Goiás, não fazer música sertaneja e ainda ter um público fiel?

 CRISTIANE COUTO: -Várias vezes é difícil e desestimulante, como pra muitos outros artistas que escolheram viver aqui.
Infelizmente a classe artística como um todo, esbarra no velho jargão: Santo de casa não faz milagres...
Tive a oportunidade de me apresentar em vários outros estados e ser tratada com surpresa e admiração, pois em vários deles, as pessoas não tem conhecimento da música feita em Goiás, o que imaginam ser reino apenas do gênero sertanejo. Quando o público fica sabendo que o show é de um artista goiano, a princípio já chovem pedidos para a interpretação de música sertaneja, mas ao se depararem com um repertório mesclado com blues, jazz e MPB, a surpresa se torna interesse!
Porém a cidade cresce e ao contrário do que parece, tem sim, uma diversidade cultural muito grande e público para todos os gêneros. Acredito que em breve os artistas goianos, que por sinal produzem e compõem coisas maravilhosas, terão mais espaços e estabelecimentos voltados para a arte-cultura na cidade. 


 
  Historia de Lily Braun om Cristiane Couto e Richard Mueller e convidados no Teatro Cine Ouro dia 04 de Março de 2012 no Goiânia Canto de Ouro.

Recanto Marginal: -Onde seu público poderá sempre encontrá-la emCANTANDO as noites goianas?

CRISTIANE COUTO: - Agradecemos a oportunidade de conceder essa entrevista e aplaudo a iniciativa de fomentar arte-cultura.
 Com prazer informo a nossa agenda para o mês de março e espero contar com a participação ativa dos nossos amigos e fãs:

Dias 24 e 31 de março (sábado) às 21:00 hs
Luau Blues no Zen Adega Bar e Restaurante
Com Duo Trem de Música
End: Rua J-72, Qd 124, lote 12/13, Setor Jaó, Goiânia-Go
Reservas: 3204-2440


Dia 29 de março (quinta-feira) das 19:00 às 22:00hs
Duo Trem de Música no Happy Hour no Restaurante do Oitis Hotel
End: Rua Terezina, n* 260, Alto da Glória, Goiânia-Go
Reservas: 3238-2100




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